Clima tenso na ACNUR contribui para a tomada de decisões e prosseguimento do debate
- Thais Vilas Boas
- 14 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Delegados da ACNUR caminham para um consenso em segundo dia de discussão; entretanto, ataques mostram-se cada vez mais frequentes
O segundo dia de debates do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados contou com ofensas e ataques por parte de certas delegações. A discussão assumiu um rumo marcado por tensão e desentendimentos, e algumas vezes o foco do comitê deu lugar à menção de problemas presentes nas nações-membro.
Entre esses ataques, é possível destacar a polêmica gerada pela delegação indiana, que foi fortemente refutada pelas demais. Acusada de xenofobia e islamofobia em seu discurso, a delegada da República da Índia apresentou muitos argumentos a favor de sua nação, fazendo com que grande parte da sessão se tratasse da comparação entre as nações, especialmente o Reino Unido.
Ademais, três propostas de resolução foram apresentadas. Entre as pautas discutidas, estava a melhoria das condições de migração para os refugiados nos países de Bangladesh, Tailândia, Malásia e Paquistão. O Alto Comissariado nas Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH) reuniu-se e forneceu, através de uma carta, recomendações e informações aos delegados da ACNUR. Foi fortemente recomendado que o governo de Mianmar, apesar das dificuldades apresentadas, tente mudar a situação completamente deplorável na qual a população Rohingya se encontra. Este, por sua vez, manteve a mesma postura do dia anterior, sendo fortemente encorajado pelas nações a se manifestar. Entretanto, muitas vezes os argumentos contra o delegado birmanês não foram refutados.
A discussão caminha para uma resolução. Os debates continuam acirrados e as delegações estão mais abertas a negociações e diálogo. No dia 13 de dezembro, último dia de debate, é esperado que se alcance um consenso e maneiras de intervir no conflito sem infringir a soberania estatal de Mianmar.
Comments